A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou nesta quarta-feira, 26, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A sessão neste segundo dia começou às 9h50 e terminou por volta das 13h. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou para tornar réus os oito acusados. Ele foi seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado.
PRISÃO: O ex-presidente Jair Bolsonaro só seria preso após a sessão do STF que o tornou réu por golpe de Estado se fizesse algo que justificasse uma prisão preventiva. Essa é a análise de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na terça (25), quando o STF começou a avaliar se aceitava ou não a denúncia, aliados do ex-presidente disseram que chegaram a temer que Bolsonaro pudesse sair preso do julgamento após a aceitação da denúncia, uma especulação descartada por investigadores e integrantes da Corte, que reiteram que a prisão só se vislumbra com o trânsito em julgado do processo — quando não há mais a possibilidade de recurso — ou se ele fizesse algo que justificasse a prisão preventiva. Os advogados fazem questão de ressaltar que a ida de Bolsonaro ao STF na terça não tinha a intenção de intimidar os ministros, mas sim de afastar a ideia de que o ex-presidente poderia fugir caso seja condenado e tenha a prisão decretada.
Em conversas reservadas, os ministros ironizaram a mera possibilidade de uma tentativa de intimidação: “Nós estamos muito intimidados, como dá para ver em nossas falas”, disse um deles.
Advogados dos denunciados perderam a esperança de suspensão do processo
Na terça, aliados do ex-presidente sentiram um fio de esperança após, na segunda-feira (24), o ministro Luiz Fux pedir vista e adiar o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado a frase "Perdeu, mané", na estátua da "A Justiça", que fica em frente à sede do STF. Alguns advogados dos denunciados aventaram que o mesmo poderia acontecer com Bolsonaro e os outros sete.
Mas, no fim do dia, era unânime a opinião entre advogados de que era apenas um desejo. Chegaram a brincar dizendo que o ministro já havia "queimado cartucho" com o pedido de vista da véspera e avaliaram como improvável a chance de que ele repetisse o gesto.
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